quarta-feira, 3 de junho de 2009

Afinal, que declaração foi esta?


A pedidos, postamos o Drummond que a Fernanda recitou para o Ângelo:

      O amor antigo vive de si mesmo

      não de cultivo alheio ou de presença.

      Nada exige nem pede. Nada espera,

      mas do destino não nega a sentença.

      O amor antigo tem raízes fundas,

      feitas de sofrimento e beleza

      Por aquelas mergulhas no infinito,

      e por estas suplanta a natureza

      Se em toda parte o tempo desmorona

      aquilo que foi grande e deslumbrante,

      o antigo amor, porém, nunca fenece

      e a cada dia surge mais amante.

      Mais ardente, mas pobre de esperança.

      Mais triste? Não. Ele venceu a dor,

      e resplandece no seu canto obscuro,

      tanto mais velho quanto mais amor ...

      Carlos Drummond de Andrade







O amor antigo vive de si mesmo,

não de cultivo alheio ou de presença.

Nada exige, nem pede. Nada espera,

mas do destino vão nega a sentença.

O amor antigo tem raízes fundas,

feitas de sofrimento e de beleza.

Por aquelas mergulha no infinito,

e por estas suplanta a natureza.

Se em toda parte o tempo desmorona

aquilo que foi grande e deslumbrante,

o antigo amor, porém, nunca fenece

e a cada dia surge mais amante.

Mais ardente, mas pobre de esperança.

Mais triste? Não. Ele venceu a dor,

e resplandece no seu canto obscuro,

tanto mais velho quanto mais amor.

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